segunda-feira, 7 de julho de 2008

Seis tempos

I

Era um vez o pulso. A cadência firme e forte que não via a tudo e a todos, mas que era invisível porque ninguém queria vê-la.

II

Era uma vez o sonho em estado de gás, que de tanto demorar a solidificar-se, esqueceram ou mesmo o deixaram para trás.

III

Era uma vez certa mão esquálida, horrenda, pertencente a uma alma triste. A mão fora mutilada por alguém em pleno ataque de fúria de invisível temperança. O sangue brota da ferida podre e respinga máculas do tempo.

IV

Era uma vez eu e você. Tão longínquos...talvez tão felizes, mesmo assim. Possível que fizesse mal, que destruísse.

V

Era uma vez a impaciência, friorenta, além. E a cada gota, a cada revelar e revezar dos tempos, a cada novo girar da roda, cheiro de sangue, cheiro de dor...

VI

Venha, veja e mate.Era uma vez o medo, volátil, ainda assim, embebido em ordem. O medo mergulhou numa piscina de rosas e afugentou o vento num dia de sol.

"Era uma vez tudo isso, e algo mais..."

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