sábado, 6 de dezembro de 2008

::Da feminilidade::


"Ser mulher e algo além de participar de uma parcela expressiva no consumo de cosméticos em escala global? Algo além de ser mãe, esposa e excelente dona de casa?"

Tudo começa com a simples menção de que “mulheres tem a obrigação de estarem sempre belas, arrumadas e cheirosas” ainda na infância, no que ocultam o trecho “para seu homem”, independente de tratar-se da manutenção de um relacionamento ou da esperança de obtê-lo (sim, nesse caso relacionamento é algo que é possuído como qualquer outro produto). A nossa cultura, aparentemente liberal, deixa claro certos conceitos enraizados; a promiscuidade tem valores diferentes para ambos os sexos (homens são varões e mulheres são vadias); o ato sexual foi entregue a eles, como se pudessem fazer dele um monopólio sacal. Algo que apenas eles fariam sem repressão e constrangimento.

Seu aspecto físico, a tal vaidade. Quanto menor melhor (embota a sociedade de consumo tenha-os seduzido em boa parte, fazendo deles metrosexuais). Mulheres que transam são tratadas ofensivamente de forma indecorosa, são despudoradas, putas, sem recato, sem educação, sem família e sem virtude. O que é virtude?

E você deve agradecer aos seus pais por terem-na deixado nascer e sobreviver. Que não a tenham cutucado, afogado, ou mesmo sacrificado por ideais. Porque você é inferior e jamais alcançará uma posição melhor, afinal, ser mulher não é um estado e sim uma situação. Ótimo. Além de tudo, ganhe menos.

Tem a tal da emancipação feminina, claro, mas sua mãe pergunta: “pra que rachar a conta?”. Saibam leitoras, em troca de nada, afinal, você é uma moça recatada e preza, acima de tudo, a moral e os bons costumes.

O ideal é que saia da sua alcova de tal repressão calcada na Rapunzel e passe às mãos dignas de um príncipe (em todos os âmbitos ocidentais do sentido), absolutamente honrado, digno e, claro, castrado.

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*nada a ver com os meninos que me ensinaram a jogar pôquer hoje. Eles estão perdoados.Só eles, claro.

;***

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

MOMENTO EPIFÂNICO

A noite escura
apaga a lua que se torna
muiro maior e altiva
[do que realmente o é
o querer, a perda
não refletem?
não se deseja,
fugir?
pequenas coisas insipientes
explodem
como grandes coisas
o que é invisível reflete
e destoa
muito mais visível que sensível
muito mais fero que sentimental
e cada um segue com suas bizarrices ridículas...