segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sobre perder a quintessência

Só, num mundo abarrotado...
Saca?
Como nunca antes.

Cai a última pétala
e a fina flor transmuta-se
noutra exímia inalcansável.

Minha questão
não mesmo sabias?
Estalo descompassado dentro de mim, que tu ouvias.

A senha era arrogância
manifesto dissoluto em caos
por trás de toda coisa há outra...

...prestes a descobrir
que importante era a coisa menor
tão menos narcísica...

Como se fosse bom e, ao mesmo tempo,
valorizado. à medida que o dízimo escoa.
Não importa.

domingo, 29 de junho de 2008

Só pra constar

Só pra constar -
que é muito longe
e que é muito pouco.

É como gritar, ainda assim, tão insonoro que entorpece.
Se compreende, o inferno é azul e o demônio faz belas e doces promessas.

Tão longe!
Bastardo!
Tão distante de tudo e todos..
Ainda assim insiste em permanecer na tal órbita elíptica?

sábado, 28 de junho de 2008

Decisão = Abismo

A Morte está próxima
demais...
Está no frio
no fogo do inferno de cada dia.

Porque queria mais.
Falta. De novo.

A Morte fala alto, perto
demais...
A beleza absoluta, articulada
meticulosa, é irmã dessa

Nada tão moralizante
felicidade nunca antes
tão iminente.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Pesadelos de Dona Insana

"TODA DRAMA É CONFLITO.SEM CONFLITO NÃO HÁ PERSONAGEM; SEM PERSONAGEM, NÃO HÁ AÇÃO; SEM AÇÃO, NÃO HÁ HISTÓRIA; E SEM HISTÓRIA, NÃO HÁ ROTEIRO"

(MANUAL DO ROTEIRO - SYD FIELD)

Dona Insana tem corte de cabelo modernoso, espécie de hard-farofa-anos-80. É menina enorme que me remete a delírios e devaneios filosóficos inimagináveis, devido à sua inteligência grandiosa.

Ela não pode com glicose - sua felicidade chega a ponto de fazer ruidos agudos de forma súbita, além de cantar aquelas músicas bregas de 'Titanic' ou 'O Guarda costas' ou bizarrices que merecem danças ainda mais bizarras.

Essa criatura deseja içar altos horizontes, e, tenho plena confiança de que é capaz e conseguirá tudo que deseja, afinal, caráter e virtude são para poucos.

Dona insana tem a aparência feliz e, Deus queira, que tamanha felicidade não seja a máscara do contrário.

Ela não gosta do novo apelido, por isso, chamamos Dona insana de Rafa, simplesmente.

:P

terça-feira, 24 de junho de 2008

Como ratos

GRAVE, GRAVE. O SILÊNCIO.
A ESPÉCIE.

COMO RATOS NOS ARRASTAMOS,
DESVIRTUAMOS OS FATOS.
GRAVÍSSIMO.

COMO RATOS EMPESTEAMOS BURACOS E ACHAMOS MAGNIFICO.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Junto dos seus iguais

Cubículo claustrofóbico
Em que não se falam os iguais

Bem.
Inferno é pior.

Cubículo claustrofóbico
Gélido e complacente

Bom.
Asco não mais.

Cubículo claustrofóbico
Em que os ratos estão prestes à animosidade
Cubículo claustrofóbico
O que tem pra incitar tamanha perversidade?

Bom que não me toca.
Ainda não.

Os ratos não roeram o meu cérebro.
E não cortaram as minhas mãos.

Cubículo claustrofóbico
Por que sempre tão severo?
O que foi feito para revidar assim?

Bem, hoje é um belo dia e não quero nada que não seja semear uma rosa nesse jardim estéril.

Concreto não deixa
Concreto impermeável
Como o olhar sombrio das criaturas presas,
Como o coração de cada um dos ratos.

Estamos sempre juntos dos nossos iguais.


sábado, 21 de junho de 2008

Impressões

Dias passam como dias passam no campo
Sinto nada, sinto algo que não é falta, como se fosse artificial, como se não fosse daqui...
E não é?

Coisas acontecem abstratas, distantes do convencional
Feias, bonitas, desclumbrantes, acontecem como se deve, talvez.

Saudade ainda não, mas o que você me disse é verdade?

Sorte ter você aqui, você que sou eu, quem me ouve sem que seja preciso dizer

É como renascer, não é?
E, de repente, fica mais fácil que deveria ser...
Tolice, apenas o embrião jaz disperso
pra piorar lhe roubaram o vitelo...

Tenho pena.
Será mesmo?
Adeus.
Quem cortou o cordão umbilical?
Sinto muito, mas a euforia é melhor.

E quanto à vil melancolia?

Deles apenas o desprezo,
destes, permanente asco

E o objetivo, pouco a pouco exibe a sua face...

como que face à face de algum castigo sombrio

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Bons tempos: velha nostalgia

Houve o tempo em que eu e Tia Ciça fazíamos salgadinhos com recheio de azeitona e levávamos às festas. Tempo de supernintendo e de estudar, obrigatoriamente, uma hora por dia antes de brincar. Camisa do uniforme por dentro da bermuda, meias impecavelmente brancas com um fino detalhe vermelho ou azul (as cores do colégio), enfim, tempo de ser uma 'nerdzinha' que frequentava a escola pra conversar e brincar, a monitora desde a primeira série, chamada 'sabe-tudo'. Esse foi o mesmo tempo da coleção de barbies, das violentas brincadeiras de 'faz-de-conta' com os primos. A varanda verde e fresca da casa da Tati, a aversão ao banho, a solidão inexplicável, o medo inigualável e a bruta insônia inseparável.

Época feliz permeada de infelicidades (insônia e medo) - ou tormentos?! - é verdade, mas nada como fingir que está dormindo para ser levada pra cama nos braços do irmão mais velho (chamado assim mesmo, "Irmão maior"; o tempo passando devagar, o entendimento das coisas, lento, ingênuo. Um som tocando Legião Urbana sob a janela do meu quarto competindo com o toca-fitas que tocava Xuxa ou cantigas de roda. A descoberta do amor, da saudade, da real importância e total significância da amizade. A gênese das virtudes, da convicção extrema, que, no seu 'infinito particular' é boba e besta.

Convém dizer o quanto está frio (não tanto) e o quanto o meu corpo deseja permanecer inerte?Pior que lá fora o sol parece brutal...as pessoas são orgânicas? Mesmo trantando-se de imbessis que destroem, com sua lorota, meus doces devaneios dos bons tempos da tenra infância?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

HOJE

3 balas de hortelã + 2 goles d'agua
infinitos...
mania nova:
vontade de morrer?
saudades do sofrer?
jamais...

Aplica-se ao momento
explica-se por dentro
p'ra onde vai tanto tormento?

Sua solidão atinge?
E meu prover, restringe?

Domina-se dominador domina-se?
Não sei.

Que o que tanto odeio mesclou-se em mim.
E que solidão domina?
Isso eu sei.
O quão pode ser peregrina?
Também.
Idiotices banais, mas compreende-se por puro afeto.

Pouco afeto.
Duro afeto.
... e seco.

Mentiras estiradas
mentiras que recaem feito lixo
junto aos meus tolos gritos, em vão,
gritos de terror, em pleno despertar e completo delírio.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Mudanças: Dias de IneiCOC

Carol, Gabi e Rafa

Até os 17 a ânsia de deixar o cabelo crescer; aos 18 e meio veio a libertação. De quem, de quê? Na verdade, cabelo comprido é mais fácil de chacoalhar ouvindo heavy metal...mas, por outro lado, foda-se. 'Tosei' o cabelo e retoquei o vermelho. Sim, um verdadeiro Bozo, se é que me entende.

Pelo que notei, por aqui(DF) as pessoas são educadas, hospitaleiras, mas, ao que me parece, ninguém é realmente daqui. Impressões, são impressões, deslumbradas ou não, mas o diferente atrai com um certo 'quê' de magia, talvez fascinio, talvez não.O que devo dizer?

A vida é uma infinidade de etapas e essa é mais um dos obstáculos além do abismo, que, pra mim que sou míope, é abstrato,deveras embaçado.Melhor assim. O caos me trouxe, logo eu que o considero elemento integrante fundamental de tudo no universo ou fora dele.

Garanto que, a tantos anos convivendo em meio à artificialidade, vejo a minha existência de fora como algo compacto e gélido. As virtudes, a educação e o caráter permanecem ocultos na maioria das vezes devido às constantes convivências grosseiras e aos incidentes desagradáveis. Claro que não estou diferente, apenas deixei que aflorasse, por esses dias no "quadrado", aquele ' eu ' adormecido - na verdade ofuscado- pela falta de gentileza cotidiana.Isso não se trata de pessoas ou família, essa grosseria terrível permeia o ar. Acabamos por nos adaptar ao contento mínimo acerca da artificialidade, da estupidez, da indiferença, deglutinando (ao menos tentando) o sumo ralo do que estão dispostos a nos conceder. Como é tudo implícito, ser sensível é mais ou menos como "é tudo tão simples e complicamos".

Bobagem. É uma nova fase. Os mesmos olhos míopes, porém, enxergando de forma diferente, como que por trás de 'lentes de maior eficiência'. Perder-se, xingar, sofrer, depreciar-se é tudo corriqueiro. TODOS sentem isso, até mesmo em similar intensidade. Uma hora todos se darão conta de que, com todas as diferenças e regionalismos, somos a mesma carne, a mesma alma incerta e ascendente, em qualquer lugar. Aprendizados - temporários ou não - marcam. Mentalmente, bati no peito e afirmei que desejo ficar (convicção estranha). Pensei em eximir-me do fardo, mas não: depende de mim a competência de permanecer. Uma certa quantia de sorte, é verdade, porém, mas do que nunca, devemos assimilar as novas conquistas e mesclá-las às conquistas passadas.


terça-feira, 10 de junho de 2008

Contato

Ele veio, tímido, apenas com o intuito de vê-la. Logo ela, com seus cabelos pintados de vermelho, desgrenhados e sua voz impúbere destoando do tipo de discurso (sempre muito acalorado, independente da temática.

Ele está de óculos; ela também, e, juntos, parecem duas peças bobas, paradas em pé, na calçada. Falam sobre tudo, menos deles mesmos - suas dores são única e infinitamente suas, embora tais sensações sejam dissipadas no exato momento em que cruzam os olhares.

Ela sorriu e ele retribuiu (talvez o contrário) e mantiveram diálogos desajeitados apenas para manter o contato, sim, o contato.

Ela, hábil com as palavras, se perde quando ele está perto e, quando ele se vai, não entende o porquê de ter sido, pelo ínfimo tempo, outra garota. Outra que nem mesmo ela conhecia. "que garota é essa?"

Ele mostra músicas que fazem-os discutir, uma discussão sem razão ou qualquer necessidade senão a de manter contato. Com ela, os olhos dele são outros e, à medida que ela lhe parece outra, a linha tênue que os liga parece mais difícil de romper, além de mais próxima que da vez anterior.

A mãe dele liga, eles conversam e ela liga novamente. Tal inquietação torna-se um gancho para que os jovens falassem de frivolidades amenas (nossa, não existe mais aquele silêncio constrangedor!). Então isso quer dizer que poderiam ir tecendo conversas eternamente?

Eles não gostam das mesmas coisas, não vão aos mesmos lugares, e os amigos em comum praticamente inexistem.Há como se gostarem? - foi o que ele pensou por um instante.Queria que ela falasse e ele sentia que estava próximo o momento, mas ela lhe parecia estranha, distante até.Ele a considera impulsiva demais, até chegou a acreditar que ela faria o demodê telefone com fio ou que o chamaria para sair tacando pedras na varanda. Acredita em cada palavra e pensa em como contê-la. Ela se delicia em pensar nas possibilidades...

Ele tem que ir (ela também tinha compromisso e não entendo a razão de estar parada ali), e, dessa vez, e quem abraça gentilmente e beija a garota no rosto, aproveitando o breve e doce momento de contato.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Indagações

Às vezes você indaga o porquê de recaírem sobre você aqueles olhos estranhamente 'pesarosos'. Pensa primeiro que é pretensão sua imaginar - reflete sobre tudo - que alguém o inveja - palavra pesada, mesmo porque é inacreditável - ou mesmo 'lança um olhar' malévolo para 'descontrair'.

É louco pensar em coisas que 'independem' de si mesmo, sobretudo ao que tange as sensações alheias...

Todo esse falatório serve para ilustrar a situação que uma amiga descreveu e pediu que eu 'dissertasse sobre o tema'. É claro que fiz aquele típico discurso acalorado (deixando a pessoa de exatas naquele silêncio constrangedor) até que ela disse: "por que não escreve algo sobre isso?", eu sorri e respondi que sim, para postar no meu blog!

Talvez ela pense que sua forma tímida é 'desajeitada', os tropeços, o riso sem jeito e a escolha do que falar são características indignas da cobiça, mas não, o ser humano é capaz de invejar os reveses alheios, quanto mais a sua graça; mulher, bem sucedida, normal e feliz;Logo, concluo que o chefe que persegue e 'colegas' de trabalho que perturbam e armam cerco, mostram, por A+B, que despendam olhares maldosos de vigilância, orando para ver o seu erro e fuder com a sua vida. Resta dúvida?

A ideia é munir a sua mente te uma armadura medieval. O resto, sempre permanecerá bem! Avante!


Para Raquel

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Expurgar a Raiva

"Você tem medo, angústia pelo que não atinge diretamente?"
- Não.
"A dor de outrem é a sua dor?"
-Não
"Perda e verdade, sempre , sempre...até que ponto não é a sua vontade?"
-Não sei.
"O riso é de angústia, a lágrima reflete a dor profunda. Pesadelos repetitivos que afligem, tormentos doentios transcendem os delírios letais"
-Sim, deveras.
"...e o laconismo, o que vem a ser?É misterioso porque olhos falam o tempo todo, através do brilho, indepentende de frases, existem expressões todo o tempo"
-Chega das suas parcas teorias!
"É, realmente falo demais..."