sábado, 6 de dezembro de 2008

::Da feminilidade::


"Ser mulher e algo além de participar de uma parcela expressiva no consumo de cosméticos em escala global? Algo além de ser mãe, esposa e excelente dona de casa?"

Tudo começa com a simples menção de que “mulheres tem a obrigação de estarem sempre belas, arrumadas e cheirosas” ainda na infância, no que ocultam o trecho “para seu homem”, independente de tratar-se da manutenção de um relacionamento ou da esperança de obtê-lo (sim, nesse caso relacionamento é algo que é possuído como qualquer outro produto). A nossa cultura, aparentemente liberal, deixa claro certos conceitos enraizados; a promiscuidade tem valores diferentes para ambos os sexos (homens são varões e mulheres são vadias); o ato sexual foi entregue a eles, como se pudessem fazer dele um monopólio sacal. Algo que apenas eles fariam sem repressão e constrangimento.

Seu aspecto físico, a tal vaidade. Quanto menor melhor (embota a sociedade de consumo tenha-os seduzido em boa parte, fazendo deles metrosexuais). Mulheres que transam são tratadas ofensivamente de forma indecorosa, são despudoradas, putas, sem recato, sem educação, sem família e sem virtude. O que é virtude?

E você deve agradecer aos seus pais por terem-na deixado nascer e sobreviver. Que não a tenham cutucado, afogado, ou mesmo sacrificado por ideais. Porque você é inferior e jamais alcançará uma posição melhor, afinal, ser mulher não é um estado e sim uma situação. Ótimo. Além de tudo, ganhe menos.

Tem a tal da emancipação feminina, claro, mas sua mãe pergunta: “pra que rachar a conta?”. Saibam leitoras, em troca de nada, afinal, você é uma moça recatada e preza, acima de tudo, a moral e os bons costumes.

O ideal é que saia da sua alcova de tal repressão calcada na Rapunzel e passe às mãos dignas de um príncipe (em todos os âmbitos ocidentais do sentido), absolutamente honrado, digno e, claro, castrado.

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*nada a ver com os meninos que me ensinaram a jogar pôquer hoje. Eles estão perdoados.Só eles, claro.

;***

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

MOMENTO EPIFÂNICO

A noite escura
apaga a lua que se torna
muiro maior e altiva
[do que realmente o é
o querer, a perda
não refletem?
não se deseja,
fugir?
pequenas coisas insipientes
explodem
como grandes coisas
o que é invisível reflete
e destoa
muito mais visível que sensível
muito mais fero que sentimental
e cada um segue com suas bizarrices ridículas...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

MÚLTIPLAS FAÇANHAS ANTAGÔNICAS

ALGO COMO SER DIFERENTE-IGUAL A TODO O MUNDO. COMO SER QUADRADA, CEM ANOS À FRENTE OU MUITO ATRÁS. ALGO COMO O DESEJO UTÓPICO QUE NÃO SE SABE AO CERTO O QUE É. INCERTEZA PALAVRA-CHAVE AMORFA E MULTIFORME SIMULTANEAMENTE. NEXO, PALAVRA DE DIFÍCIL COMPREENSÃO. E SENTIR A SUFOCANTE NECESSIDADE DE BRAÇOS QUE COMPREENDAM, DE FORÇA QUE FORTALEÇA A FÉ EM PEDAÇOS. UMA FOME PEDANTE E LAZARENTA QUE SALTA AOS OLHOS, A LÁSTIMA DO INVISÍVEL DIA-A-DIA INVISÍVEL. POR QUE NÃO? NEGAR-SE. ADMITIR ERROS É ULTRAJANTE. AS IRMÃS GÊMEAS DA CERTEZA, DA ORDEM E DA ESTABILIDADE SÃO TRAIÇOEIRAS TARADAS. ELAS SÃO SEMPRE MAIS APRESENTÁVEIS, MAIS BELAS E TENTADORAS, PARECEM FORTES, E,PORTANTO, INESQUECÍVEIS. A ALTA DOSE TORNA A CONSCIÊNCIA ÉBRIA DE FATALISMO SUBMERSA A UM PLASMA AZUL, TRANSLÚCIDO, COM CHEIRO DE PLÁSTICO NOVO. NÃO É A MORTE CHEGANDO, NEM MESMO A VIDA CARREGADA DE CONTRADIÇÕES E QUEDAS-DE-BRAÇO DO “eu” COM O “âmago”. ALGO COMO MONTAR SÓ OS FRAGMENTOS DO QUEBRA-CABEÇA “não conseguir dormir” QUE QUASE BEIRA O “dormir o dia inteiro”. ENXERGAR CERTAS LÁGRIMAS NOS OLHOS E INTERPRETÁ-LAS PRODUZ SUCO GÁSTRICO. TOLHER RAIOS DE SOL NA SOLIDÃO DAS HORAS, NA CONTEMPLAÇÃO AZUL AMORFA DA VIA LACTEA PARTICULAR É PARADOXAL EMBRIAGUEZ PROFUNDA DO TALO VAZIO QUE NÃO ACOMPANHA A BÚSSOLA QUE HEI DE APRENDER A CAPTAR POSTO QUE NÃO EXISTE ACASO E A SORTE NÃO SE DÁ AO TRABALHO DE VISITAR ESSES LADOS.

NÃO CONVÉM O AMÁLGAMA DE COISAS SIMPLES QUE DEVEM SER EMPILHADAS ETIQUETADAS COMO UM PROCESSO NATURAL.


“Para aminha hermana Jordânia,

Com carinho de quem deseja que

Não fique p’ra sempre neste lugar”

sábado, 22 de novembro de 2008

RELATO & DEFINIÇÕES

Imagem: Mondrian


Do microcosmo
ao macrocosmo
absolutamente surreal
e inconveniente:
minha tristeza
minha dor
minha incerteza
meu desdobramento
meu esquecimento
minha perda
minha fuga
e total esvaecimento
só meu.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Coleta


Imagem: Magritte


Lascivia:
derrama sobre mim aquele véu translúcido
aquele luar majestoso,
derrama sobre mim o 'seu eu'.

Que faço parte de ti
que fazes parte de mim
que no todo somos um
que somos um e ponto final.

Agora faço minhas ressalvas
e completo. Nenhum beijo senão o seu.
O momento é parabólico
E a explosão instável.

A vida é real abaixo de nossos ombros.
Tu sabes disso.
Então. É o que importa.


Para o Rodrigo.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Janela.


imagem obtida em http://orelhadoano.no.sapo.pt/janela.jpg

“Por trás do céu de veludo existem coisas. Por trás de fatos existem intenções. E sangue. E mais coisas.”

Era uma vez uma menina nebulosa que sempre dormia com a sua janela do quarto aberta. Um dia, monstros da noite resolveram adentrar e a levaram, de modo que ninguém jamais voltou a vê-la, uma pena.

Sempre fora uma boa menina, pena que não obedecia à mãe quando essa mandava fechar a janela e ligar o ventilador.

Moral da história:

Capaz de ter sido a mãe quem negociou com os monstros e os chamou através dos sonhos. Só para dar uma lição. Mas monstros são traiçoeiros. E sim, eles comem as crianças. Por que não obedecer aos pais?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Caros amigos...*

Vocês devem saber que estou sem internet (tortura chinesa) e bom, não posso atualizar com a frequencia que gostaria. (Aliás, nenhuma).

A vocês que lêem (que nem se escreve mais assim...) esse blog, e gostam dos meus textos, sugiro que leiam meus minicontos na TERROR ZINE.

Visitem http://www.cranik.com/terrorzine1.pdf
http://www.cranik.com/terrorzine2.pdf

E comentem!
Até mais vê-los amigos.


* Não é programa sobre futebol com carecas barrigudos, ok?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

De mãos dadas com Desespero

E espero que vá entender?
Realmente espero que entenda?
Dê-me sua mão, ao menos, sem que me compreenda.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Elegia ao colecionador

Pra você, algo que tenha significado,
Algo além da minha falta de sentimentos distintos
Algo além que minha má impressão.
Direto do meu coração agro, de sonhos famintos...

Pra você esse ataúde, tal como sangue meu, sacrificado
Aprendo a lidar com o que tenho, sigo meus instintos
Aprendo a lidar com o amor por você, com a missão e a depressão.

Espero que saiba, meu caro
Que sinta, o que não é palpável, mas entre nós transita

Good bye mi amore,
Que seja tenro sempre e doce, mesmo na morte
E que, aliás, não morra porque me fui, seja feliz à sua sorte
Tudo - mas tudo mesmo - de bom pra usted grand’ amore

Que não esqueça minha tepidez
Pois não esquecerei sua morna incensatez
Contida, plástica demais, para nós dois
Alta madrugada, nem corpo, nem su’ alma quero agora (talvez depois)

Procuro desprender-me, aos poucos, sem dor
Convulsões subliminares de afeto e límpido amor
É claro, ininteligíveis...
O dia começa cedo amanhã e, mais uma vez, perambulo as órbitas
[inatingíveis.
Adeus grand’ amore,
Posso?







Para o mais novo Grand’ Amore

|||||Madrigal Secreto*|||||

Desejo-te, e apenas isso, quero que saiba
E contigo sonho todas as noites:
O possível toque de seus dedos
Possíveis frases proferidas por seus lábios
Em meio sorriso...
Magia clara e bruta da sua existência
Não sabe o quanto anseio por seus braços
Mais uma vez prevalece o erro
Prevalecerá?
Mas tudo são escolhas
Seja comer sangue,
Seja entregar-se ao desatino.

Meu amor, minha escolha, minha falta
E a glória da derrota prevalece,
Em seu amargor desesperado, refulgente, aquela ânsia irrefutável
Prevalecerá?
O erro parece-me o mesmo, prevalecerá, meu amor?

Eu que não amo ninguém te desejo
Eu cujas feridas cicatrizadas formam grossas camadas
Sonho contigo todas as noites
Em que devoro todos os amanhãs possíveis, negros, nada cromados.
Amanhãs que não são meus
Amanhãs que, sem ti, não passam de amanhãs...









*Para o meu ‘Amanhã tenebroso’

sábado, 13 de setembro de 2008

Adeus Brasilia (Parte 1)

"Eu admiro quem não presta e extravio quem não gosto"
(Marisa Monte – Tudo pela metade)

"Tristeza não tem fim, felicidade sim."
(Marisa Monte – Ensaboa)

Adeus Brasília (Por enquanto!).
Até muito breve meus queridos.

O que me trouxe a Brasília não foi exatamente o que tinha ou poderia ter, mas o que NÃO teria. E o que aconteceu? Apaixonei-me por esse centro com gosto de interior. Com todo o seu caldeirão mágico, fantástico até. Dos bons momentos e pessoas excelentes...
Ao que me parece, entrei em um avião em busca de novos ares, de uma benéfica eutanásia, de modo que nem mesmo eu sou capaz de entender... só sei que estava irrespirável.
Em primeiro lugar, propunha-me seriamente uma mudança profunda, por dentro e por fora. Esse primeiro passo se concretizou antes de adentrar aquele “trambolho voador”.
A pretensão para com as pessoas beirava o zero, quando cheguei. “Pessoas continuam sendo pessoas em todos os lugares”, disseram. Non creo, porque afirmar isso seria confirmar a existência de uma dose concentrada de sorte azul, fina, suave e doce.
Quanto às pessoas, esperava aquele comportamento contido de educação extremada e politicamente correta – quase nunca profunda – gentileza convencional, líquida e transparente com gás.
No entanto vejo, no final das contas, que aconteceu o contrário; meu mutismo, quietude e introspecção, a idéia de uma passagem anônima ser absorvida por uma sucessão de fatos incrivelmente simples e adoráveis. Café que não vende CAFÉ, vãs filosofias, caminhadas, bizarrices, quilos a mais, uma cachorra Pedra chamada Fedra (?!), pessoas que arrancam pescoços, caras e bocas, gestos, ‘pálas’ e pensamentos ‘obscenos’. Na verdade muito, mas muito mais que isso tudo!
Bem, senti-me à vontade o bastante de modo que posso dizer que conheceram parte da Anne Caroline que muitos em uma vida não perceberam estar ali todo o tempo. Vocês cativaram a mim de modo a permitirem expressar meu ‘habitual’ jeito espontâneo que se esfacelava lentamente como que formando pilhas de queijo ralado. Entendeu?

Portanto,

Não esqueçam de mim, porque jamais esquecerei vocês. Até a volta queridos chicos. Até a volta xuxus.

domingo, 31 de agosto de 2008

Fugir ou Lutar (parte II)

Ela sentia profunda dor e dormência, parecia que, dos males, os braços dele eram o que amenizaria. Não esperava nada dele a não ser o seu silêncio consentido (graças a deus!), seu peito jovial para repousar, uma proteção, uma bonança imparcial. Sim, ela estava na fossa e só pensava no quanto tudo era uma grande merda. Bosta!Basta! Talvez o sexo resolva, mesmo que haja quem deseja espatifar o prazer. Quiçá alguém que, por puro sadismo, tenta apunhalá-la nas setenta e duas horas que são somente e apenas suas. Que talvez ela divida com ele, talvez não. É fato, ela queimou a corrida e terá que regressar ao inicio. De novo. Não mais. Alguns metros, agora sem barreiras. Ela está deitada no peito dele. Ela que é o seu avesso, de diferente compasso, complexo e apresso. É absurda e engraçada a diferença entre eles. E ao mesmo tempo a cumplicidade completa, complexa e cordial como tudo que e atribuído a eles que se amam mortalmente apesar de não serem apaixonados, no seu silêncio obstinado. Basta serem amantes. Basta a paixão silenciosa. Basta o amor de corpos, o cruzamento momentâneo de almas. Cada um em sua própria Etirge particular. Cada um sentenciado por seu próprio Hades. Conseqüência? Nenhuma. Pecado? Não que ela perceba e aceite dessa forma. Não mais detalhes, não mais idéias.Encerro aqui as explicações.



Para a Clá ;)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Dádivas on R.E.M

São sonhos límpidos...que esfacelam-se em dureza brutal
O renome desconhecido, aquele homem-monstro, tão mau
E dúvidas impróprias, caminhar sombrio, celeiro de porcos
Mas será que, no fim, não estamos todos mortos?

In Memoriam dos tristes sonhos, tristes dias, tristes hábitos
In Memoriam dos meus dias, minha dor e meus próprios atos
Constante afirmação do gênero decadente:
Assinar com sangue o livro dos dias e expansão da mente

Pouco a pouco os elementos queimam
O que restam são cinzas de lástimas sangrentas
O que quer que seja, o que quer que queiram
Não destruam com vis agruras lamurientas

Aos braços de quem me lanço - Adeus!
Aquele o qual me entrego - Morpheus!
Aos poucos dilatantes caem - Meu deus!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Prazer

Foto: Resident Evil

Capaz de sorrir visualizando atitudes vis... como queria ter vivido naquela abundante época das torturas. E desejava isso em sua essência: dor e morte, em suas mãos, alimentando seus olhos, saciando seu corpo, liberando toda aquela libido reprimida; tudo de uma só vez e bem rápido.

Sussurros vindos do porão. Interrompeu-se e foi até lá. Deteve-se por alguns segundos tocando a fechadura. Entrou e logo foi surpreendido por uma vala recém aberta, vazia. Logo aquela que –tinha certeza- havia tapado. Pois bem, o que quer que seja não hesitou em crava-lhe a pá nas costas e jogá-lo pesadamente na vala cavada para abrigar outrem.





quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Anonimato

O inatingível é.
Consciência ou falta.
Valor. Querer. Questões.

Não importa, é impressionante.
De novo e de novo...

Você está aqui?
Pra dizer coisas.
Estilo é uno continnum
Pedra.
Ser pedra.
Mas convencer-se é demais.
Que houve?
intriga, trama e contra ataque.

Como ver o que já vira antes
como ver o espelho.
Só não existe ser quem não é.
Você é?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Desapegos

-Vontade de dizer, apenas isso.
-Humm.
-Saudade de poucos.
-De verdade?
-Não, a víbora me persegue.
-Obsessivo, me parece.
-Mas é... talvez seja.
-E o caminho, encontrou?
-Não... nem procurei.
-Mesmo?Achei que...
-Sim, também achei isso, mas é onde mora o equívoco, entende?
-...mas não compreendo. Você mudou, está diferente, e consigo enxergar traços do que você mais abomina, facilmente em cada trejeito seu.
-Sim, eu também.
-Curioso. O que me diz?
-De verdade? ... Nada. Não mesmo.
-Só testando a individualidade.
-Individualidade. É fragilidade, talvez?
-Não tamanha tolice, por favor.
-Tolice?Transbordo tolice...?
-...não tanto drama, por favor.Obsessão também, se é que deseja saber.
- Hummm...jura?
-Claro, amor.
-E sem tamanho exagero não poderia ser você.
-Posso parecer precipitada, engraçada, inútil ou simplória. Não me importa, de verdade. Existe bem, mal...existe razão?
-hummm.
-Temos o que desejamos ou temos o que merecemos ou nos esforçamos? Não sei. O mundo é quente e frio e inacessível. Sinto vontade de brindar a isso. A todo o sarcasmo implícito.
-Você quer chorar.
-Mesmo sem risos histéricos?
-Mas tem a fala histérica.
-O fogo queimando.Pois nada ficará assim.
-Sem caminhos, por acaso?
-Sob tutela da consciência, serve?
-Não entende?
-Não...acho que não. Bons caminhos levem. Sem leme ou motor. Seguindo o ritmo...
-QUÊ?Você dizendo isso? Simploriedade?Correnteza?Inércia?
-Não, sinto muito, não é você;Vou-me embora.
-Você entende, mas não compreende. Não disse?

sábado, 2 de agosto de 2008

Era uma vez o mundo...

Ontem assisti a um filme chamado "Era uma vez..." e fui sem pretensão nenhuma, aliás, sem mesmo ler a sinopse. Só tenho a dizer que é um filme visceral, e que desperta uma sensibilidade extrema, porque é o nosso mundo concreto, a verosimilhança é total, porém, não é a nossa realidade.Realidade.O que é realidade?

Não tenho uma resposta pronta para a questão. Fato.Mas é doloroso esse esquema de vida a que nos submetemos.O reconfortante a nós e o que resta aos outros; A lei do mais forte, o contrato social. A existência de um abismo econômico parece uma ironia para quem não está inserido nos pólos. A violência nua e crua, não é a nossa realidade, certo, mas ainda assim, pedintes e tudo aquilo que tentamos ignorar, coexistem, por mais que tentemos desviar os olhos. Eles estão ali, e sempre estarão enquanto o mundo for desse jeito.O nosso olhar projeta-os como uma vida paralela além do nosso mundo,e o filme desnuda o nosso 'preconceito' sem agredir, mas instigando reflexões. Segregação, oportunidades (ou falta delas) e o tal determinismo e a constante que ronda diversas consciências 'o homem é fruto do tempo e espaço em que vive'.Pois acho que nem tudo caiu por terra ainda.Não é minha visão particular, mas a generalização do que ouvi ainda na sala de cinema antes de sair.

Além disso, refleti sobre o signicado do ser humano, de cada algarismo presente no censo do IBGE. Nosso mundo são as pessoas que importam, que fazem sentido em nosso contexto. Um 'parabéns pra você' em um bar, só tem significado quando a pessoa têm significado. Caso contrário, torna-se um Haikai perdido na imensidão de símbolos, gestos, comida e bebida.

Isso tudo para expressar, através do TODO PELA PARTE OU PARTE PELO TODO,o que ouvi dizer, certa vez: " a vida não vale nada". A princípio, não levei em conta, mas creio, no final das contas, não ter entendido no momento. É fato, a gente acaba e o mundo continua aí, intocado, indiferente porque você (e muitos outros) não mais o pertence. Indiferente. Assim, simples feito um estalo. Sem despedidas, sem sentimentalismo qualquer. Todos são indigentes, no final das contas. Pertencendo ou não a um contexto. Matéria morta é matéria morta.



terça-feira, 29 de julho de 2008

Qual o nome?

Anne. Carol. Anne Caroline. Quiangala. Aqui.
Das concepções carolinas.
I'm in?

Há muito não vejo um filme que me desperte o inesperado. Há muito um filme não me chama tanto a atenção, porque se chamasse, certamente eu lembraria agora. Percebi que gosto de máquinas de escrever muito velhas, não só pela possível magia, não apenas pela fonte curier que afinal o computador, mas pelo som das teclas. Pode? Não sei, me parece que escrever é mesmo um processo solitário e de pessoas solitárias. Deturpando um pouco do que Syd Field [Manual do roteiro -mais novo e adorável título de cabeceira junto com o V de Vingança do Moore.].Ultimamente não postado com tanta freqüencia porque tenho escrito pra mim.

Em Fevereiro, quando lia o jornal, li uma matéria sobre blogs de gente famosa. Interneteira que só, disparei para aquela tal página do Google. Panz. Daí achei, por acaso, o blog da Leandra Leal.Nele, achei uns thrilers inclusive previws do 'Nome Próprio' que me deixou bastante curiosa para ver o filme. Não muito esperançosa, porque um filme brasileiro com todo o 'teor' não seria muito o gênero circuito Kinoplex, logo vê-lo seria complicado. Fato é que domingo passado fomos ao cinema e pude assistir.

Não pisquei durante a película.Saí absorta.Impregnada em um almagama de sensações estranhas, peguei a caderneta e escrevi coisas, naquele mutismo das vozes que falam em sua mente. Meu tio perguntou se me identifico com a Camila, se gostaria se tê-la como amiga. Respondo. Não, eu sou nerd. isso quer dizer não tenho uma forma de ser 'Camila',apesar de convergir em outros aspectos, afinal, escrevo coisas. Quanto a identificar, bem, não, mas entendo. Quantas Camilas conhecemos? Inúmeras. Minha tia acha equivocado (como sempre)que eu diga isso, porém, isso é fato. Basta olhar um pouco a nossa volta com um pouco mais de atenção. Como diz o 'Guilherme' (o nerd punheteiro do filme - termo emprestado do meu tio querendo estereotipar)as metrópoles escondem tragédias em cada apartamente, como que engavetando-os. Isso é bem verdade. É mágico. Mas faz parte da débil dialética da vida, que por sinal não é fácil.


Não sei por que as pessoas perdem tempo em frivolidades e não observam o outro, as necessidades implícitas, o olhar com uma lágrima que não vai cair, uma voz que guarda emoções, um apelo gestual. Por que ninguém compreende a dor alheia?Respondo; Mais fácil vivermos em nossos pequenos mundinhos. Infinitos particulares.Mais fácil o drama particular, os subjetivos doze trabalhos de Hércules, que, acreditam ser 13, 14, sei lá, tamanho egocentrismo.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

TROMPE L’OEIL POST MORTEM: Delírios e pesadelos de alguém já morta

Acorda, levanta da cama e faz com que a luz do quarto se acenda. Sonolenta, caminha até o corredor e se depara com alguém à sua esquerda e berra com os olhos arregalados: “NAMORADO?!”

Desperta e nota que aquilo não tem nada de concreto e que está, na verdade, dentro de um ônibus de viagem interestadual. “Droga, o que há de errado comigo?”. Seu corpo febril pede por água, obrigando a dirigir-se ao final do corredor. Caminhou atenta para não sujar as meias, até que um deslize fez com que olhasse através da janela, avistando uma boiada que parecia envolver o veículo. Como se não bastasse, camundongos nojentos corriam pelo corredor, em reflexo incrível, embrenhando-se da mesma forma misteriosa que brotavam. Era absurdo demais!

Por que será que ninguém se movia? Não percebiam ou... negligenciavam tal fato?O que uma garota pode fazer quanto a isso?

De repente havia ninguém nos assentos; bateu explosivamente na porta do banheiro, abriu e estava vazia... correu até a cabine frontal, desviando dos ratos que agora beiravam os milhares. De repente corria através de um corredor escuro rumo a uma porta de redenção, talvez... para encontrar, no final, a cabine igualmente vazia.

NÃO!Ela não passa de um corpo esquálido, deveras repulsivo e rijo feito pedra!Um corpo com marcas de mãos, estatelado numa poça de fel diluída em sangue, num lugar qualquer...

* * *

...Uma ave acaba de adentrar a janela e bicar um dos olhos que contemplavam o teto, vidrados... vermes com aspecto de macarrão se disseminavam, intensificando seu domínio sobre a matéria, já podre e, como humanos, retirando e fazendo uso do ínfimo que resta a uma carcaça...

C’est finis!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tempestades, breves tempestades

I
Diálogo

-Olá!
-Olá.
-Tudo bem?
-Tudo.
-Tudo bem?
-Tudo.
-Perdida?
-Não ainda.
-Quando volta?
-Hã??
-Bien veninda, avatar de ódio.Bien veninda, mi amor.
-Pedante e massivo, talvez.
-É... se quiser andar, ande, catatônico.

II
Ultimato Colossal

Há como sentir-se pior?
Só há uma escolha e ela é feita por alguém senão você.
Mais dois passos em vão...
Mais duas espadas que ferem, mortais...
Não subestime a dor, ela é forte.
Tão pouco preciso de curativos.
Tão pouco permito-me precisar.
Sem lágrimas ou queda fatal:
Não me permito cair, por mais que deseje cair, esmorecer, desmoronar
Por mais que o desejo seja de gritar
Fugir nunca levou ninguém a nada.

III
Víbora Minha

Víbora minha, não sou sua criança
quanto mais rebanho seu
Não entendo por quê, se há por quê.
Dedico a você toda a minha insistente lamúria.
Oh, Víbora minha de duas cabeças antagônicas
nunca pensei que aguentaria sozinha
Tamanha incerteza
Inquietação.
Víbora minha, discordo de você em tudo
Não mais há caminho para intimidação
Desculpe por desapontá-la
Desculpe por ser assim.
(risos)
É...Não mais peço desculpas.

IV
Fatalidades

Nasci porque quis e não me eximo disso.Não é esmero, tão pouco virtude, é a realidade. Às vezes, muito falo que parece delírio, parecem espasmos. Não importa mesmo o que quer que seja, o que quer que signifique. Agora sei bem disso. Nova mulher crescendo de toda a intemperança lodacenta. Possivelmente, deveras arredia. Tudo bem?Viva!Tudo ótimo, só tenho que trocar essa roupa suja de tanto sangue, trocar minhas retinas tão marcadas depois de tantas visões de mortos... Tenho, ao menos, o direito de sentar no mais alto dos montes e refletir, talvez chorar, até o breve retorno - novamente armas em mãos!

domingo, 13 de julho de 2008

A mão esquálida

Horário de aula, três meninas foram ao banheiro do colégio: tudo em nome do medo. A fissura pelo medo é alucinante, viciante e mesmo as crianças sabem disso. Crianças são, na verdade, criaturas mui, mas mui mórbidas...

Adentraram no banheiro, as três, com péssimas intenções. Trancaram a porta, abriram as torneiras e as tampas dos sanitários, acionaram três vezes as descargas e xingaram palavras que sequer conheciam a significância literal (achavam interessantes apenas pelo fato de serem proibidas). “Isso é o bastante” disse uma delas, “Agora é só esperar, creio!”, emendou sem poder conter-se.

Passou longos minutos, o silêncio mórbido da expectativa entre elas. Uma das garotas olhava atentamente para o teto, com um antigo e perpétuo buraco; outra tentava manter os olhinhos em varredura, temendo que fossem surpreendidas pelo monstro evocado; a última, a líder, tentava manter a calma e domar a própria excitação. Diversas vezes o silêncio era quebrado pelo gotejar da água nos velhos chuveiros... mas nada de inexplicável aconteceu.

* * *

A ‘líder’, impassível, chegou à casa indignada aquele dia. Contou à mãe convencionalmente cética o que acontecera e recebeu como resposta apenas: “o sobrenatural não existe, minha filha” e decidiu fazer de novo pra ter certeza...

Quando abriu a porta do banheiro e acendeu a luz, lá estava uma mulher pálida de lábios carmesim, repleta de ferimentos cobertos por tufos de algodão!Ela olhou para a garota, aqueles olhos escuros, e gélidos que exprimiam algo na linha tênue entre maldade e sofrimento. A mulher desapareceu numa espécie de rajada de vento, no segundo em que a menina piscou os olhos, incrédula. A propósito, o coração da guria acelerou de tal modo que seus pés descalços pareciam estar grudados no azulejo e que seu corpinho era uma pesada peça de mármore. Ela sabia que o monstro viera do teto, onde se escondia... Isso porque são mitos, e mitos não passam de verdades omitidas para não assustar a humanidade... mesmo porque, todos sabemos que a primeira vez é um mero aviso e a outra tem outra conotação.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Espectros/Correntes

-Você é muito dúbia!Como pode fazer de anos meras cinzas sem valor?Como pode ter essa concepção fajuta, falta de respostas... seu silêncio enlouquece-me!

Por hora, as coisas nem sempre são como desejamos... nem são o que parecem...

-Como se importasse a sua loucura!Não é inteligente o bastante para compreender o que se passa?

-Oh não, sua navalha!Seu sorriso maldoso, seu choro angelical e sua abominável expressividade. Como a odeio!

-Ah claro, então desaparecerei; que o vento me tome e as cinzas que me compõem sumam...

-Para sempre!

Como sempre, sem respostas... pra sempre é quando? Acaba quando?

-... Pensei que fosse sentir sua falta, Deus, pensei que saudades corroíam... mas não sinto nada...é real?

Nada e tudo se completam; a dança louca não pára, quebra cabeças sórdidos, palavras não respondíveis formam um emaranhado tal que importa o nada ou o total, sem manchas ou empecilhos. Ou sente ou não sente... mas... quanto às respostas?Tolo, ela não mais existe, espetros não falam.

-O que foi? O nada que poderia ter sido algo.

-. . .mas não foi.

- Por que não era pra ser.

-Que importa?

-Não mais o seu choro, jamais o entendimento.

-Explicações, por quê?

...risos...tolice, tolice, por que não? – desespero.

-Merda, o segredo foi descoberto!

-A caixa, quem abriu a caixa?

-Quem a abriu?

-... hum, entendo, o dúbio virou uno e transfigurou-se, transmutou-se em...

-Algo impossível de captar.

Como se houvesse desejo, como se houvesse necessidade de entender. Pois é, não há. Acabou. Acabou?Assim, tão seco e fajuto?Pois é, pois bem. Seco e fajuto como? Velocidade e fúria. O que importava antes não importa mais, sem dramas...mas... sem dramas?Sim, sem alguém para chorar, refletir ou... sentir?!

-Certas coisas não se esquecem...

-Mas eu esqueci você e muitas outras.

-Coisas essas que lacramos e jogamos terra em cima.

-Oh... pra que ressuscitar um cadáver já seco?

-Realmente, tolice a minha.

-Não importa o que era o que foi; passado não alimenta.

-Tens razão, vou para o outro lado.

- E a sangria?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Seis tempos

I

Era um vez o pulso. A cadência firme e forte que não via a tudo e a todos, mas que era invisível porque ninguém queria vê-la.

II

Era uma vez o sonho em estado de gás, que de tanto demorar a solidificar-se, esqueceram ou mesmo o deixaram para trás.

III

Era uma vez certa mão esquálida, horrenda, pertencente a uma alma triste. A mão fora mutilada por alguém em pleno ataque de fúria de invisível temperança. O sangue brota da ferida podre e respinga máculas do tempo.

IV

Era uma vez eu e você. Tão longínquos...talvez tão felizes, mesmo assim. Possível que fizesse mal, que destruísse.

V

Era uma vez a impaciência, friorenta, além. E a cada gota, a cada revelar e revezar dos tempos, a cada novo girar da roda, cheiro de sangue, cheiro de dor...

VI

Venha, veja e mate.Era uma vez o medo, volátil, ainda assim, embebido em ordem. O medo mergulhou numa piscina de rosas e afugentou o vento num dia de sol.

"Era uma vez tudo isso, e algo mais..."

sábado, 5 de julho de 2008

Intemperança

Duas fêmeas do mesmo sangue se digladiam. Uma delas é Dúbia, a outra dispensa qualquer tipo de conformidade, e é, absolutamente, Una.

Una tem mente fechada e atitudes permissivas. Dúbia tem oscilações de humor. Una habita um quarto que é um show de horrores, ao passo que Dúbia tende quase sempre ao refinamento...

Una se doa demais, sente as coisas e é fervorosamente apaixonada por tudo e todos que a completam – mesmo não sendo muitos. Sua piedade exacerbada fez-lhe aprender coisas. Seus desejos alcançam estrelas, e escreve cartas (nelas expele toda a sua raiva e descontentamento para com quem a receberá). Ela diz coisas que ferem devido ao caráter letal; deseja grandes pequenas coisas, pois acredita que, para ser feliz, precisa pouco.

Dúbia exala orgulho e arrogância, tanto no andar quanto na fala concisa; sua estrutura é metálica e faz tudo pela aparência... já foi doença, parece melhor disso, mas sucumbe aos vícios mortais. Talvez acredite em Deus e guarde para si segredos e particularidades. Mas ela é duas. Criatura compassiva, ligada à necessidade alheia, dócil, fala amável, preocupação com o outro. Tem em mãos o arco e a flecha, e quer, a qualquer custo, acertar e fazer presa a outra.

A princípio, Una que escala montanhas e é deveras frágil porque sempre sente muito, sem defesas ou armaduras. Ao menos não as visíveis. Dúbia raramente fala sobre amor, mas possivelmente é o combustível que a move. Una é guerreira desarmada porque escolheu este caminho; se pudesse, usaria uma espada longa. Dúbia, por sua vez, está com o olhar fixo, a flecha apontada, prestes a alvejar a rival derramando-lhe o sangue. Sangue este que também é seu.

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A MONTANHA MÁGICA
Legião Urbana

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Tragicomédia em 3 atos : Não procrastine, minha cara.

Foto por Marcelo Brandt.
Ato 1

Saga em que Carolina, A pitoresca (se não entendeu, a Don Quixote) perde seu omnipresente bloco de anotações:


Pois é, domingo passado fomos meus tios e eu ao cine academia assistir a um filme.Certo.Fui caindo de sono, um frio danado,as mãos dentro do bolso do casaco (a direita dividindo espaço com o que será perdido: o bloco de anotações e duas canetas de tinta azul).
Sessão das 21h30min;O escafandro e a borboleta; sala 10.

Antes do apagar das luzes decidi escrever um pouco. Aquela coisa de insight e ideia mediana, só pra exercitar...até que, de súbito, as luzes começaram a enfraquecer até desligar. Na confusão de guardar a caneta e o bloco no bolso acabou que caiu tudo, mas estava escuro demais para procurar. "Pois bem, quando terminar eu procuro, lógico!" pensei.Ainda não sei se por inocência ou tentando me enganar.Fato é que fomos até o carro, após a sessão,até que percebi que faltava algo (claro que eu tinha acabado de acordar).Quando voltamos, não havia funcionário e a porta estava trancada.

Ato 2

em que Carolina, A pitoresca quebra a prateleira de vidro, no banho:

Quarta feira. Sabe aquele dia que você pensa ainda na cama que é melhor não levantar?Pois é, foi um dia como esses. Acordei, olhei através da janela entreaberta o céu escuro das 6h, pensei em faltar, mas... embora tenham alertado para faltar, resisti. Levantei e fui para o banho. A prateleira, repleta de cosméticos, estava solta. Mais até que a minha percepção, naquele instante. Daí peguei o sabonete e ela caiu, a ponta justamente no meu pé esquerdo. Sangrou e tal, mas não percebi qualquer outro ferimento na hora. No dia seguinte haviam cortes pelo corpo todo, oras (pra não escrever palavrões).

Ato 3

em que Carolina, A pitoresca tem um ataque de sorte súbita seguido de uma grannde bobeira, aliás, o contrário:


O resultado da convocação de entrevista pelas cotas estava previsto para dia 23/07/2008.Este também era o dia marcado para a minha viajem de volta para o Espírito Santo.Faltei aula e fiquei plantada a manhã inteira pressionando a tecla F5 do teclado no site do CESPE. Certo, até as 14h nada de divulgarem. Liguei e disseram que até às 18h o resultado estaria no site. Perdi o voo e nada de sair. Passei alguns dias depois acompanhando o tempo todo até me dar conta de que poderia ser um erro de digitação, até pelo fato de fazer mais sentido a convocação ocorrer após o resultado.

Por fim, acabei relaxando, e o edital saiu justamente no dia 27/06, convocando Anne Caroline de Souza Quiangala João para o dia 02/07/2008 às 11h, sem problemas, a não ser o fato de eu ter descoberto isso no dia 02 às 14h.Pânico geral em casa. Almoçamos e seguimos para o local para tentar ser entrevistada no grupo das 16h.Não deu. Fomos ao Cespe na UnB, minha tia e eu, e fizemos um requerimento para poder realizar a entrevista posteriormente.Não consegui preencher porque as mãos estavam deveras tremulas, sentia algo semelhante ao último dia do vest ufes 2008/1, quando Quase perdi a hora no ultimo dia de discursiva (redação)! De qualquer forma, ao sairmos,o atendente deu ótimas esperanças, alegando que aconteceu com vários candidatos.Com uma brutal felicidade temerosa, fomos ao shopping e comemoramos a 'deriva vitoriosa' com um belo sanduíche de queijo de búfala e pão integral de mel e, claro, capuccino, gelado pra mim e quente pra ela.

E realmente deu certo.Fui entrevistada ontem....resta aguardar o resultado.Com melhor expectativa impossível!









Graças a todos os deuses!
(aos meus amigos que me consideram a herege-mor)

*A das concepções carolinas*

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sobre perder a quintessência

Só, num mundo abarrotado...
Saca?
Como nunca antes.

Cai a última pétala
e a fina flor transmuta-se
noutra exímia inalcansável.

Minha questão
não mesmo sabias?
Estalo descompassado dentro de mim, que tu ouvias.

A senha era arrogância
manifesto dissoluto em caos
por trás de toda coisa há outra...

...prestes a descobrir
que importante era a coisa menor
tão menos narcísica...

Como se fosse bom e, ao mesmo tempo,
valorizado. à medida que o dízimo escoa.
Não importa.

domingo, 29 de junho de 2008

Só pra constar

Só pra constar -
que é muito longe
e que é muito pouco.

É como gritar, ainda assim, tão insonoro que entorpece.
Se compreende, o inferno é azul e o demônio faz belas e doces promessas.

Tão longe!
Bastardo!
Tão distante de tudo e todos..
Ainda assim insiste em permanecer na tal órbita elíptica?

sábado, 28 de junho de 2008

Decisão = Abismo

A Morte está próxima
demais...
Está no frio
no fogo do inferno de cada dia.

Porque queria mais.
Falta. De novo.

A Morte fala alto, perto
demais...
A beleza absoluta, articulada
meticulosa, é irmã dessa

Nada tão moralizante
felicidade nunca antes
tão iminente.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Pesadelos de Dona Insana

"TODA DRAMA É CONFLITO.SEM CONFLITO NÃO HÁ PERSONAGEM; SEM PERSONAGEM, NÃO HÁ AÇÃO; SEM AÇÃO, NÃO HÁ HISTÓRIA; E SEM HISTÓRIA, NÃO HÁ ROTEIRO"

(MANUAL DO ROTEIRO - SYD FIELD)

Dona Insana tem corte de cabelo modernoso, espécie de hard-farofa-anos-80. É menina enorme que me remete a delírios e devaneios filosóficos inimagináveis, devido à sua inteligência grandiosa.

Ela não pode com glicose - sua felicidade chega a ponto de fazer ruidos agudos de forma súbita, além de cantar aquelas músicas bregas de 'Titanic' ou 'O Guarda costas' ou bizarrices que merecem danças ainda mais bizarras.

Essa criatura deseja içar altos horizontes, e, tenho plena confiança de que é capaz e conseguirá tudo que deseja, afinal, caráter e virtude são para poucos.

Dona insana tem a aparência feliz e, Deus queira, que tamanha felicidade não seja a máscara do contrário.

Ela não gosta do novo apelido, por isso, chamamos Dona insana de Rafa, simplesmente.

:P

terça-feira, 24 de junho de 2008

Como ratos

GRAVE, GRAVE. O SILÊNCIO.
A ESPÉCIE.

COMO RATOS NOS ARRASTAMOS,
DESVIRTUAMOS OS FATOS.
GRAVÍSSIMO.

COMO RATOS EMPESTEAMOS BURACOS E ACHAMOS MAGNIFICO.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Junto dos seus iguais

Cubículo claustrofóbico
Em que não se falam os iguais

Bem.
Inferno é pior.

Cubículo claustrofóbico
Gélido e complacente

Bom.
Asco não mais.

Cubículo claustrofóbico
Em que os ratos estão prestes à animosidade
Cubículo claustrofóbico
O que tem pra incitar tamanha perversidade?

Bom que não me toca.
Ainda não.

Os ratos não roeram o meu cérebro.
E não cortaram as minhas mãos.

Cubículo claustrofóbico
Por que sempre tão severo?
O que foi feito para revidar assim?

Bem, hoje é um belo dia e não quero nada que não seja semear uma rosa nesse jardim estéril.

Concreto não deixa
Concreto impermeável
Como o olhar sombrio das criaturas presas,
Como o coração de cada um dos ratos.

Estamos sempre juntos dos nossos iguais.


sábado, 21 de junho de 2008

Impressões

Dias passam como dias passam no campo
Sinto nada, sinto algo que não é falta, como se fosse artificial, como se não fosse daqui...
E não é?

Coisas acontecem abstratas, distantes do convencional
Feias, bonitas, desclumbrantes, acontecem como se deve, talvez.

Saudade ainda não, mas o que você me disse é verdade?

Sorte ter você aqui, você que sou eu, quem me ouve sem que seja preciso dizer

É como renascer, não é?
E, de repente, fica mais fácil que deveria ser...
Tolice, apenas o embrião jaz disperso
pra piorar lhe roubaram o vitelo...

Tenho pena.
Será mesmo?
Adeus.
Quem cortou o cordão umbilical?
Sinto muito, mas a euforia é melhor.

E quanto à vil melancolia?

Deles apenas o desprezo,
destes, permanente asco

E o objetivo, pouco a pouco exibe a sua face...

como que face à face de algum castigo sombrio

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Bons tempos: velha nostalgia

Houve o tempo em que eu e Tia Ciça fazíamos salgadinhos com recheio de azeitona e levávamos às festas. Tempo de supernintendo e de estudar, obrigatoriamente, uma hora por dia antes de brincar. Camisa do uniforme por dentro da bermuda, meias impecavelmente brancas com um fino detalhe vermelho ou azul (as cores do colégio), enfim, tempo de ser uma 'nerdzinha' que frequentava a escola pra conversar e brincar, a monitora desde a primeira série, chamada 'sabe-tudo'. Esse foi o mesmo tempo da coleção de barbies, das violentas brincadeiras de 'faz-de-conta' com os primos. A varanda verde e fresca da casa da Tati, a aversão ao banho, a solidão inexplicável, o medo inigualável e a bruta insônia inseparável.

Época feliz permeada de infelicidades (insônia e medo) - ou tormentos?! - é verdade, mas nada como fingir que está dormindo para ser levada pra cama nos braços do irmão mais velho (chamado assim mesmo, "Irmão maior"; o tempo passando devagar, o entendimento das coisas, lento, ingênuo. Um som tocando Legião Urbana sob a janela do meu quarto competindo com o toca-fitas que tocava Xuxa ou cantigas de roda. A descoberta do amor, da saudade, da real importância e total significância da amizade. A gênese das virtudes, da convicção extrema, que, no seu 'infinito particular' é boba e besta.

Convém dizer o quanto está frio (não tanto) e o quanto o meu corpo deseja permanecer inerte?Pior que lá fora o sol parece brutal...as pessoas são orgânicas? Mesmo trantando-se de imbessis que destroem, com sua lorota, meus doces devaneios dos bons tempos da tenra infância?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

HOJE

3 balas de hortelã + 2 goles d'agua
infinitos...
mania nova:
vontade de morrer?
saudades do sofrer?
jamais...

Aplica-se ao momento
explica-se por dentro
p'ra onde vai tanto tormento?

Sua solidão atinge?
E meu prover, restringe?

Domina-se dominador domina-se?
Não sei.

Que o que tanto odeio mesclou-se em mim.
E que solidão domina?
Isso eu sei.
O quão pode ser peregrina?
Também.
Idiotices banais, mas compreende-se por puro afeto.

Pouco afeto.
Duro afeto.
... e seco.

Mentiras estiradas
mentiras que recaem feito lixo
junto aos meus tolos gritos, em vão,
gritos de terror, em pleno despertar e completo delírio.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Mudanças: Dias de IneiCOC

Carol, Gabi e Rafa

Até os 17 a ânsia de deixar o cabelo crescer; aos 18 e meio veio a libertação. De quem, de quê? Na verdade, cabelo comprido é mais fácil de chacoalhar ouvindo heavy metal...mas, por outro lado, foda-se. 'Tosei' o cabelo e retoquei o vermelho. Sim, um verdadeiro Bozo, se é que me entende.

Pelo que notei, por aqui(DF) as pessoas são educadas, hospitaleiras, mas, ao que me parece, ninguém é realmente daqui. Impressões, são impressões, deslumbradas ou não, mas o diferente atrai com um certo 'quê' de magia, talvez fascinio, talvez não.O que devo dizer?

A vida é uma infinidade de etapas e essa é mais um dos obstáculos além do abismo, que, pra mim que sou míope, é abstrato,deveras embaçado.Melhor assim. O caos me trouxe, logo eu que o considero elemento integrante fundamental de tudo no universo ou fora dele.

Garanto que, a tantos anos convivendo em meio à artificialidade, vejo a minha existência de fora como algo compacto e gélido. As virtudes, a educação e o caráter permanecem ocultos na maioria das vezes devido às constantes convivências grosseiras e aos incidentes desagradáveis. Claro que não estou diferente, apenas deixei que aflorasse, por esses dias no "quadrado", aquele ' eu ' adormecido - na verdade ofuscado- pela falta de gentileza cotidiana.Isso não se trata de pessoas ou família, essa grosseria terrível permeia o ar. Acabamos por nos adaptar ao contento mínimo acerca da artificialidade, da estupidez, da indiferença, deglutinando (ao menos tentando) o sumo ralo do que estão dispostos a nos conceder. Como é tudo implícito, ser sensível é mais ou menos como "é tudo tão simples e complicamos".

Bobagem. É uma nova fase. Os mesmos olhos míopes, porém, enxergando de forma diferente, como que por trás de 'lentes de maior eficiência'. Perder-se, xingar, sofrer, depreciar-se é tudo corriqueiro. TODOS sentem isso, até mesmo em similar intensidade. Uma hora todos se darão conta de que, com todas as diferenças e regionalismos, somos a mesma carne, a mesma alma incerta e ascendente, em qualquer lugar. Aprendizados - temporários ou não - marcam. Mentalmente, bati no peito e afirmei que desejo ficar (convicção estranha). Pensei em eximir-me do fardo, mas não: depende de mim a competência de permanecer. Uma certa quantia de sorte, é verdade, porém, mas do que nunca, devemos assimilar as novas conquistas e mesclá-las às conquistas passadas.


terça-feira, 10 de junho de 2008

Contato

Ele veio, tímido, apenas com o intuito de vê-la. Logo ela, com seus cabelos pintados de vermelho, desgrenhados e sua voz impúbere destoando do tipo de discurso (sempre muito acalorado, independente da temática.

Ele está de óculos; ela também, e, juntos, parecem duas peças bobas, paradas em pé, na calçada. Falam sobre tudo, menos deles mesmos - suas dores são única e infinitamente suas, embora tais sensações sejam dissipadas no exato momento em que cruzam os olhares.

Ela sorriu e ele retribuiu (talvez o contrário) e mantiveram diálogos desajeitados apenas para manter o contato, sim, o contato.

Ela, hábil com as palavras, se perde quando ele está perto e, quando ele se vai, não entende o porquê de ter sido, pelo ínfimo tempo, outra garota. Outra que nem mesmo ela conhecia. "que garota é essa?"

Ele mostra músicas que fazem-os discutir, uma discussão sem razão ou qualquer necessidade senão a de manter contato. Com ela, os olhos dele são outros e, à medida que ela lhe parece outra, a linha tênue que os liga parece mais difícil de romper, além de mais próxima que da vez anterior.

A mãe dele liga, eles conversam e ela liga novamente. Tal inquietação torna-se um gancho para que os jovens falassem de frivolidades amenas (nossa, não existe mais aquele silêncio constrangedor!). Então isso quer dizer que poderiam ir tecendo conversas eternamente?

Eles não gostam das mesmas coisas, não vão aos mesmos lugares, e os amigos em comum praticamente inexistem.Há como se gostarem? - foi o que ele pensou por um instante.Queria que ela falasse e ele sentia que estava próximo o momento, mas ela lhe parecia estranha, distante até.Ele a considera impulsiva demais, até chegou a acreditar que ela faria o demodê telefone com fio ou que o chamaria para sair tacando pedras na varanda. Acredita em cada palavra e pensa em como contê-la. Ela se delicia em pensar nas possibilidades...

Ele tem que ir (ela também tinha compromisso e não entendo a razão de estar parada ali), e, dessa vez, e quem abraça gentilmente e beija a garota no rosto, aproveitando o breve e doce momento de contato.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Indagações

Às vezes você indaga o porquê de recaírem sobre você aqueles olhos estranhamente 'pesarosos'. Pensa primeiro que é pretensão sua imaginar - reflete sobre tudo - que alguém o inveja - palavra pesada, mesmo porque é inacreditável - ou mesmo 'lança um olhar' malévolo para 'descontrair'.

É louco pensar em coisas que 'independem' de si mesmo, sobretudo ao que tange as sensações alheias...

Todo esse falatório serve para ilustrar a situação que uma amiga descreveu e pediu que eu 'dissertasse sobre o tema'. É claro que fiz aquele típico discurso acalorado (deixando a pessoa de exatas naquele silêncio constrangedor) até que ela disse: "por que não escreve algo sobre isso?", eu sorri e respondi que sim, para postar no meu blog!

Talvez ela pense que sua forma tímida é 'desajeitada', os tropeços, o riso sem jeito e a escolha do que falar são características indignas da cobiça, mas não, o ser humano é capaz de invejar os reveses alheios, quanto mais a sua graça; mulher, bem sucedida, normal e feliz;Logo, concluo que o chefe que persegue e 'colegas' de trabalho que perturbam e armam cerco, mostram, por A+B, que despendam olhares maldosos de vigilância, orando para ver o seu erro e fuder com a sua vida. Resta dúvida?

A ideia é munir a sua mente te uma armadura medieval. O resto, sempre permanecerá bem! Avante!


Para Raquel

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Expurgar a Raiva

"Você tem medo, angústia pelo que não atinge diretamente?"
- Não.
"A dor de outrem é a sua dor?"
-Não
"Perda e verdade, sempre , sempre...até que ponto não é a sua vontade?"
-Não sei.
"O riso é de angústia, a lágrima reflete a dor profunda. Pesadelos repetitivos que afligem, tormentos doentios transcendem os delírios letais"
-Sim, deveras.
"...e o laconismo, o que vem a ser?É misterioso porque olhos falam o tempo todo, através do brilho, indepentende de frases, existem expressões todo o tempo"
-Chega das suas parcas teorias!
"É, realmente falo demais..."

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Glórias Repulsivas

- Céus, que proporções tomam uma mentira!Malditas sejam as almas boas, as que juram jamais serem corrompidas, que se apegam a um Deus morto e adotado.Aquele que não tinha amigos, aquele que não tinha um amor: eis esse o vosso senhor!Um nazareno vil e cruel, cujo sangue destila fel e que jaz agora crucificado, sangrando aquele sangue pútrido, agonizando, eternamente retorcido. Orgulhoso a ponto de não admitir seu desejo, ele caiu no rio espantado com sua própria beleza, feito Narciso!Pobre Cristo!...e quem sou que julgo o mito?

- És uma simplória qualquer, menina!E vejo, desconhece as verdadeiras razões da fé!Não leste nunca o livro sagrado?Não acredita em Deus?O que faz então enfornada em um templo, ó herege?

- Digamos que sim, acredito em Deus; Mas não em Jesus, não a ponto de considerar aquele livro sagrado...herege?Não passo de uma bruxa que nutre-se de plasma...tenho minhas próprias regras, posso ser perversa, maquiavélica...Sabe, alguns sofrimentos me deleitam, mas a presença d'Ela me deprime. Ela está sempre aqui, me observando com seus olhos fundos, implorando silenciosamente, por algo que desconheço. No almoço, no jantar, nos momentos de êxtase ou diversão, lá está ela e seus olhos suplicantes...

- Oh senhora!Vejo que delira e não posso tomar como certas as suas palavras...balbucia feito louca uma infinidade de heresias infundadas que maculam meus tímpanos!Oh Cristo, tende piedade dessa incrédula que não sabe o que diz!Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz!Sim, a paz senhorita!

- Paz, meu senhor?O que vem a ser mais essa palavra que representa uma sensação utópica?Deleite, Delírio, Paixão, essas sim, são as engrenagens da vi...

- Não seja tola, criança!Olhe bem, bastarda, a vida não se resume a sua pútrida alma ou suas vis concepções...diga-me, se, por acaso seria perseguida se fosse meiga e doce como uma garota qualquer. se restringisse suas preocupações às tarefas diárias ao invés de buscar afundar-se, cada vez mais, no campo lodacento de conhecimento exacerbado.

(22/06/06)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Violamento intelectual gratuito

"Basta um revés para a igreja pular em cima."
"Ser fiel é saber argumentar."
-Carol-

Há muito deixei de fazer tipo - roupa preta e o escambau - porém, ouvir heavy metal é algo que estigmatiza deveras. Parece também que ironia e escárnio são ambas dádivas do demônio - sim, queles que não costumam chamar pelo nome -o que faz de qualquer movimento - inclusive de respiração - atos de complexa heresia.

Ontem roubaram a minha cadela, Marie.Isso representa uma carga grande, porque é o meu segundo Yorkshire roubado sorrateiramente nas pacatas ruas de Vila Velha City.Quando o primeiro sumiu eu deveria ter por volta de dez anos. Ainda assim odiei, esbravejei e tive alucinações.Dessa vez, no entanto, a auto-defesa cumpriu o seu dever: arrancou o que brotaria de sentimento profundo. Talvez seja a experiência, realmente não sei, mas o domingo foi uma espécie de luto anestesiado, sozinha em casa, após revirar o bairro em que nenhuma alma a viu.

Quando minha mãe chegou começou a 'palestra' religiosa - que, por sinal, só faltou um violão em sol maior e os sussurros típicos. Como ela é do tipo que já passou por diversas religiões e o que se considera seita, acaba por ser uma "palestra" bem ecumênica, embora o conteúdo seja bastante sólido. É incrível como se aproveitam da fragilidade, do mal estar revisto para instigar auto-análises que, no fundo, são impregnadas de intenções plenas de lançá-lo de encontro a algum Deus- cristão, diga-se de passagem. Este é o erro.

Por que você se desliga do que supõem que seja a fé? Simples, porque ela é poder pra minoria que tende a aprisionar as demais bitolando-as gradativamentecômica a degradação deles...que não se importam em serem fantoches de doutrinas austeras.

Pra eles você é presa. Se for, minimamente, retráctil, pode contar que cairá nos argumentos fajutos. Para destruir fiéis convictos, a melhor coisa é ser irredutível, aguentar pressão sem deixar que convença.Não importam ofensas, xingamentos ou julgamentos. Atéia ou não, após os 18 anos e enquanto não houver o 'grandiosissimo' Santo Ofício.Podemos optar pelo olhar emotivo da crença arrebatada ou manter o equilíbrio, isto é, o suposto caminho de sofrimento, danação e revés; até acontecer de tentarem, passar a rasteira e converterem às suas igrejas, em fiel.

Tsk Tsk Tsk. Comigo não, ecorreitos.

PS: É apenas uma reflexão. Por favor, nada de "Carol fez uma declaração deísta, ateísta, satanista" ou o que for.

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Aliás, apenas uma mente perturbada pelo demónio é capaz de fazer histórias de terror. Em breve novidades catastróficas: www.surrealismotrash.blogspot.com.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A Vida NÃO é fácil

“A vida não é fácil”, embora seja comum pensarmos que certas pessoas carregam uma cruz bem menor e mais leve que a nossa, todos têm os seus próprios pesares. Estamos sempre à espera de uma ‘justiça’ que não vem (ou virá) nunca e, tendo mentes desvinculadas de crenças e ídolos a aflição cresce substancialmente...

* * *

Desejamos que ‘alguém’ reduza minimamente esse peso para que possamos seguir em frente sem maiores prejuízos, afinal, quem somos para estarmos submetidos à tão árdua pena?É um aspecto constrangedor mesmo a nós mesmos, o ato de pensar em todos os aspectos favoráveis e os negativos e pesá-los tomando outra como referência... será que pedimos demais?Até que ponto nossa suposta arrogância e descontentamento são aspectos subversivos gerados a partir de mentes egocêntricas?Nada é absoluto e imutável,assim como tudo tem infinitos lados, sempre e sempre.

De fato, somos seres incompreendidos. Seres humanos como os outros despejados ao acaso nesse planeta. Pois é, nos perguntamos ‘por que nós’ que somos virtuosos?

Choramos pela falta de oportunidade, pela indiferença, pela rejeição (Por que nós?) e, como os demais, lutamos até o fim para ter aqueles que tanto amamos próximos... Exatamente aqueles que proferem o ‘xeque mate’ ao coração blindado. Desejar o mínimo e não ter... tão dúbio porque tantos acabam por ter menos ainda...a injustiça do querer mais acaba por se inverter, não é mesmo?

Lançar um novo olhar através de um prisma, que, acaba por fazer ‘distribuir-se’ de uma luz, uma cor, ou mesmo facho em várias cores distintas.

* * *

...Quando o turbilhão de sensações provenientes das nuances absurdas da vida vêm à tona, deitamos e refletimos sobre suas razões/causas/conseqüências... o normal é nesse momento darmos-nos conta do quão estamos sós e da falta de importância das coisas...um vazio extremo.

Antes o ódio, antes a dor, porque o não sentir é ermo, oco como madeira podre, mas, ao contrário dessa, inutilizável. Antes o choro à aceitação, porque acomodar-se é o caminho mais fácil, não exige a matéria prima máxima chamada utopia. Aquelas singularidades que são para poucos.

Às vezes eu não queria ser aquela pessoa ‘correta’, ‘grande’ e forte, porque farsas têm maior valor e utilidade aparente. Não queria ter que acordar cedo aos sábados para ver todo um painel de ‘um ano perdido’ e professores indiferentes que passaram pela minha vida acadêmica fundamental trazidos à tona. Não é nada agradável pensar em todo um ano o qual permaneci integralmente o dia de sábado no colégio tendo aulas, domingos estudando, madrugadas, abdicações em cima de abdicações pelo objetivo, pela visão posterior... a bonança que, pela justiça, deveria vir.Não é agradável, mas se faz necessário. Se você não é como a massa, o revés é sempre um aprendizado benéfico em todo o seu contexto dificultoso. Há sempre o que se aprender, não é pela dispensa de tempo, mas pela situação que desprende “o não passar no vestibular”... mesmo assim, as lamentações são inevitáveis...

Quantos na saída da universidade são inúteis e não fizeram por merecer, não se sujeitaram às ‘perdas’? Vejo estampada em suas faces um misto de deslocamento (por não saberem do por que de terem conseguido) e superioridade, afinal, desbancaram muitos daqueles que urraram e que viram o sangue mesclado ao suor escorrer pelas faces: o esquálido sorriso morrer em um papel... os supostamente preparados. Por que não considerarem-se melhores que nós?Não se esforçaram e conseguiram o que NÓS mais queríamos e fizemos por onde... È uma infâmia, claro. Não vai deixar de ser nunca. É, de fato, Perfeitamente passível de reparo, todavia, não por isso há de se tornar suave.

Isso porque o ressentimento foi substituído, em grande parte, pelo sonho possível, alcançado pela garra e perseverança. Conceitos presentes apenas nas almas afãs dos dignos.



quinta-feira, 24 de abril de 2008

Espúrio Execrável

Dor é sistema, dor é estação
dor é ordem.

Permissividade alheia pungente
Riscos:
auto-piedade - volátil
falsas impressões - doentias concepções

Eu preciso morrer
nem que seja por mero instante
mesmo que seja precipitado

GARGANTA DERRAMA GOTAS DE FEL
EXPEÇE PEDRAS RIJAS PÚTRIDAS
EXCRETA ÓDIO - até então circulava inquieto
EXPLODE TUMOR DE MAU AGOURO

imensurável náusea
repugnância não classificável
- Espúria criança, por que você?
Minha alma agra e afã

descolam placas de matéria podre
e vomito pedaços em fétidos
...ao acaso nada se resolve.

Por horas Nada faz sentido
e parecem pedaços em meio a emaranhados voluteis - voláteis
Esquecer não resolve
nem mesmo amenisa
Inflamação não se cura porque Deus quer.

quarta-feira, 26 de março de 2008

De lugar nenhum

Não sou do mesmo lugar dessa massa alienada que não pensa - apenas ingere e defeca aquele bolo ideológico de 'fast food' sem digerir.

Isto é, da mesma religião - ignorância - desses patos que se julgam superiores a tudo e todos pura e simplesmente por conta das linhas que as fazem fantoches pitorescos.
Patos que julgam a amoralidade alheia, mas que a seguem como uma crença permeada de fundamentalismo fajuto e grudento.

Estou cançada. Não somente da prole mesquinha atolada na mediocridade concentida e adorável...mas desse mundo. Noites sem dormir, funk ofencivo, músicas que falam de amor e traição, ideologias maciças, providência divina, manipulação barata, modas em série, apologias grotescas.

Tudo sintético e irreal - ao menos quero acreditar que seja.

O mundo é uma piada.
Porque se não for, enlouqueço.

*Um Estado laico que permite intervensão da Igreja? (aquela mesma da inquisição e afins)
*Crianças jogadas e rios e latas de lixo?
*Fome, violência, corrupção?
*Preguiça de pensar e absenção de filosofia?
* O mito contemporâneo de que a "era da informação" permite a democratização e transparência de informações sigilosas?
*...E ninguém pra refletir sobre tudo isso?

- É pra rir, só se for.

"Comentário de uma adolescente arrogante, possivelmente o pior e mais misantrópico ser desse planeta que caminha a passos largos rumo à destruição. "

segunda-feira, 17 de março de 2008

Gritos e Esquizofrenia

Grito alto
No entanto, ninguém ouve.
Minhas mãos tremem
e meus lábios proferem palavras repetidas
expelem o que também sou incapaz de ouvir.

- É justo?

A vida é dificil
Coragem é pra poucos
Lágrimas irrompem
e completam a peça.
Minhas mãos tremem
e anseiam por algo que possam agarrar.

Nenhum deus.Nenhum ser humano.
Apenas uma alma nobre e deslocada.
APENAS UMA MENTE DISTANTE
Em busca de um mundo decente
Nada mais que esperança e sonhos
Nada mais que esforço e lágrimas
Nada mais que destilação de sangue.

sexta-feira, 7 de março de 2008

HeHEHe

*Pense nas caracteristicas de uma animal que você goste muito.
*Qual a sensação que o mar transmite a você?

A primeira é uma caracteristica sua. A segunda como se comporta em relação ao sexo.

(piadinhas by pré vestibular)