quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tempestades, breves tempestades

I
Diálogo

-Olá!
-Olá.
-Tudo bem?
-Tudo.
-Tudo bem?
-Tudo.
-Perdida?
-Não ainda.
-Quando volta?
-Hã??
-Bien veninda, avatar de ódio.Bien veninda, mi amor.
-Pedante e massivo, talvez.
-É... se quiser andar, ande, catatônico.

II
Ultimato Colossal

Há como sentir-se pior?
Só há uma escolha e ela é feita por alguém senão você.
Mais dois passos em vão...
Mais duas espadas que ferem, mortais...
Não subestime a dor, ela é forte.
Tão pouco preciso de curativos.
Tão pouco permito-me precisar.
Sem lágrimas ou queda fatal:
Não me permito cair, por mais que deseje cair, esmorecer, desmoronar
Por mais que o desejo seja de gritar
Fugir nunca levou ninguém a nada.

III
Víbora Minha

Víbora minha, não sou sua criança
quanto mais rebanho seu
Não entendo por quê, se há por quê.
Dedico a você toda a minha insistente lamúria.
Oh, Víbora minha de duas cabeças antagônicas
nunca pensei que aguentaria sozinha
Tamanha incerteza
Inquietação.
Víbora minha, discordo de você em tudo
Não mais há caminho para intimidação
Desculpe por desapontá-la
Desculpe por ser assim.
(risos)
É...Não mais peço desculpas.

IV
Fatalidades

Nasci porque quis e não me eximo disso.Não é esmero, tão pouco virtude, é a realidade. Às vezes, muito falo que parece delírio, parecem espasmos. Não importa mesmo o que quer que seja, o que quer que signifique. Agora sei bem disso. Nova mulher crescendo de toda a intemperança lodacenta. Possivelmente, deveras arredia. Tudo bem?Viva!Tudo ótimo, só tenho que trocar essa roupa suja de tanto sangue, trocar minhas retinas tão marcadas depois de tantas visões de mortos... Tenho, ao menos, o direito de sentar no mais alto dos montes e refletir, talvez chorar, até o breve retorno - novamente armas em mãos!

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