O CAVALEIRO E A SONHADORA
Por Anne Caroline Quiangala
O pesadelo era como um salto
Através da busca desconexa por si mesma
Ela mergulhou no abismo obscuro...
Corpo violáceo de encontro ao oceano brumoso,
No patamar mais profundo e desconhecido...
***
Despertou do súbito desmaio pulsante
Em território jamais visto,
Oceano era borrão irreal, percebeu que era
Pincelado com violência inaudível...
Inundando todo o porão interminável...
***
Trilhou todo o caminho do deserto glacial
Rumo à porta, que estava trancada...
Até que veio o mal, alto, forte, oculto
Carregando-a rumo às sombras
Pelas masmorras úmidas e ruínas esquecidas...
***
- É ela quem troca um prazer momentâneo
Instante;
Pela eternidade a abraçá-la,
Simplesmente não consegue ir-se –
***
Esqueceu que era portadora da CHAVE
Mais tarde cairia em prantos pelo erro.
Nada podia ser pior...
No calabouço havia sepulturas...
Enquanto divagava foi tocada por um algo frio...
***
Um guerreiro ferido na ETERNIDADE
Frio, cruento, face marcada:
“Vim buscá-la, noiva minha”.
Com estaca em punho e,
Dominada por um amor inexorável...
***
Perfurou o peito duas vezes morto,
Liberando o demônio malévolo,
Urro de morte, letal...
Dia e noite...
Memórias impossíveis de abstrair...
***
Inferno astral, soturno, sombrio...
Foi-se o homem mau
Abrupto como o início...
Sumiu o noivo; então chorou ela:
I-ELEGIA
“Era ele que enxergava com teus olhos
E com a tua boca alimentava-se,
Mas o fruto era podre, proibido:
To will - To die
Decidido a ir de encontro ao palácio
Na morte, o mármore da cor dos olhos
Castigo nas mãos de Hades
To wish – A death
O fim de tudo é recomeço:
Desejo... Reencontro... Morte”.
II-PSEUDO ÈPICA
...E ele percorria os campos
Cavalgando alucinado
Líder, à frente, de negro
À frente, ao centro de dois outros...
O estandarte negro de dragão
Foi cravado na mãe TERRA
Sorriso malévolo nos lábios...
Desembainhado metal faminto...
“Que viessem”, e vieram
Montando cavalos alados vieram
Homens que não eram homens...
Iniciou-se a batalha...
E o guerreiro trespassou a espada através dos peitos macilentos
Liberando um a um (terríveis agouros)...
Ouviam-se grunhidos de alívio...
O MONSTRO líder retalhou
Golpeando com suas lanças primitivas...
Cercaram um cavaleiro, ao sinal, atacaram-no.
Ele gemeu e caiu, estatelado...
***
As bestas ruíram como hienas famintas
Avançaram em busca de mais,
Os guerreiros permaneceram amenos
Alimentando o aço e a TERRA com o que lhes basta...
***
A medida que degolavam, os falsos homens caiam , seus cavalos fugiam
Galopando pelo céu escuro
Na noite que se estendia...
***
As criaturas bestiais, olhos em forma de fenda, apertados o apuro auricular permitindo ouvir os sons da floresta cessarem...
Cortou o ar e achou as víceras do guerreiro...
***
Ele caiu e o cavalo correu pela eternidade
O chão áspero lambendo as feridas
Recém traçadas na pele...
Fomenta ódio crescente...
***
O último deles pereceu
Ainda resistindo bravamente
Diversas lanças salpicadas pelo corpo
Cabeça perfurada, jorrando...
***
Os monstros urraram no breu
O fechar das pálpebras foi um consentimento à escuridão...
A CHAMA reacenderia...
***
No guerreiro a pele ressurgia
Construindo-se no sobrenatural...
E ele se levantou...
E foi o fim de tudo...
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