segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Desapegos

-Vontade de dizer, apenas isso.
-Humm.
-Saudade de poucos.
-De verdade?
-Não, a víbora me persegue.
-Obsessivo, me parece.
-Mas é... talvez seja.
-E o caminho, encontrou?
-Não... nem procurei.
-Mesmo?Achei que...
-Sim, também achei isso, mas é onde mora o equívoco, entende?
-...mas não compreendo. Você mudou, está diferente, e consigo enxergar traços do que você mais abomina, facilmente em cada trejeito seu.
-Sim, eu também.
-Curioso. O que me diz?
-De verdade? ... Nada. Não mesmo.
-Só testando a individualidade.
-Individualidade. É fragilidade, talvez?
-Não tamanha tolice, por favor.
-Tolice?Transbordo tolice...?
-...não tanto drama, por favor.Obsessão também, se é que deseja saber.
- Hummm...jura?
-Claro, amor.
-E sem tamanho exagero não poderia ser você.
-Posso parecer precipitada, engraçada, inútil ou simplória. Não me importa, de verdade. Existe bem, mal...existe razão?
-hummm.
-Temos o que desejamos ou temos o que merecemos ou nos esforçamos? Não sei. O mundo é quente e frio e inacessível. Sinto vontade de brindar a isso. A todo o sarcasmo implícito.
-Você quer chorar.
-Mesmo sem risos histéricos?
-Mas tem a fala histérica.
-O fogo queimando.Pois nada ficará assim.
-Sem caminhos, por acaso?
-Sob tutela da consciência, serve?
-Não entende?
-Não...acho que não. Bons caminhos levem. Sem leme ou motor. Seguindo o ritmo...
-QUÊ?Você dizendo isso? Simploriedade?Correnteza?Inércia?
-Não, sinto muito, não é você;Vou-me embora.
-Você entende, mas não compreende. Não disse?

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